POR UM BRASIL DE LEITORES!
Olá, Amigos! Tudo bem?
Sob muitos aspectos, nossa nação apresenta realidades preocupantes. Há algo, porém, que muito me angustia: vivemos num país que não lê.
Talvez vocês possam pensar que este seja o menor dos nossos males, não é verdade?
Comparado à violência, à corrupção desenfreada, à guerra do tráfico, à poluição ambiental e coisas do gênero, um povo que não lê seria um problema menor...
Será mesmo?
Esta semana entrei numa loja e havia escrito na porta atrás do balcão: Entrada permitida à funcionários.
Exatamente assim. Com sinal indicativo de crase no a que antecedia uma palavra masculina e no plural...
De tão comum que se tornou esse tipo de coisa, eu nem deveria mais me importar... Mas simplesmente não consigo. E acabei perguntando à moça que me atendia, se ninguém havia visto aquele erro tão grosseiro...
Para quê?! A vendedora aborreceu-se! Respondeu-me desdenhosamente que os tempos mudaram, e que hoje em dia ninguém dava mais importância a essas bobagens... E saiu de perto, quase ofendida!
Tenho para mim que foi ela que escreveu...
Nossa gente não vê mais relevância em escrever de forma escorreita.
Lembrei-me agora de uma passagem do filme A Lista de Schindler, em que soldados nazistas estão fazendo uma espécie de triagem com um grupo de homens judeus, separando os que eles consideravam trabalhadores essenciais. Daí, um senhor mais idoso, livro na mão, retrucava inconformado: Como assim não sou essencial? Eu sou professor de literatura!
Na sociedade em que vivia, aquele judeu era considerado relevante. E ele próprio reconhecia o seu valor.
No nosso Brasil, a educação padece como alguém que agoniza num leito de corredor de hospital, esperando um socorro distante.
Há poucos dias, um Governador de Estado disse à imprensa que se alguém quer ser professor, que o seja por amor! E se quiser ganhar dinheiro, que procure outra profissão...
Foi a resposta que deu aos professores da rede estadual, em greve há várias semanas por um salário mais digno.
Que governador foi esse, professor?
Não faz nenhuma diferença! O que ele disse é mero retrato do pensamento vigente no País inteiro, que vê o professor quase como um fardo; como alguém que não é relevante para a sociedade...
E quando você pensa que a situação já está realmente ruim, vem a Globo e lança a novela das onze!
É quase um golpe de misericórdia nessa geração brasileira que não sabe o que é ler um livro por ano...
Eu tive oportunidade, um tempo atrás, de conhecer a França. Fui visitar Paris por alguns dias. A Torre Eiffel, o Castelo de Versalhes e o Museu do Louvre são realmente impressionantes.
Mas, creiam-me, meus amigos: o que ficou mais fortemente gravado em minha lembrança foi ver franceses andando, na calçada, com o livro aberto nas mãos! Lendo!
Andando e lendo!
E sentados nas praças, com o livro aberto nas mãos. Lendo.
E sentados nos bancos do metrô, com o livro aberto nas mãos. Lendo!
E nos bares. E nos restaurantes. E em toda parte!
Desconfio que descobri por que eles não gostam muito de banho. É porque os livros ficariam molhados!
Só pode ser isso!
Deus sabe que fui tomado por um sentimento de inveja inconfessável. Mas eu confesso: senti mesmo!
E sabe o que mais? O povo que lê também sabe enxergar a realidade. E enxergando a realidade, também sabe reconhecer seus direitos. E reconhecendo-os, sabe reivindicá-los.
O povo que lê é um povo consciente.
O brasileiro já nem se espanta mais quando ouve falar de um escândalo de corrupção. Caiu na vala comum. No máximo, um rápido comentário de reprovação... Mas não há nada mesmo a ser feito, não é? Além do que, logo depois da notícia, vem a novela, para a gente esquecer tudo de vez...
E sabe a novidade? Não sabe ainda? A novela das onze!
O país não lê. Não se desenvolve. Atrofia.
O que será das próximas gerações?
E o que será do serviço público brasileiro? Já pensou?
Vocês sabem que a disciplina que mais causa reprovação nos concursos da Receita Federal é a Língua Portuguesa?
É verdade! Muita gente não sabe disso!
E muitos ficam na torcida para que a prova discursiva, a temida redação, não venha no próximo concurso...
Pudera! Quem não lê tem tudo para também não saber redigir.
A leitura, meus amigos, tem um papel fundamental na nossa preparação de concurseiros: quem lê muito acaba lendo bem; e quem lê bem acaba aprendendo muito mais!
Na hora da prova, a boa leitura é fundamental!
Já viram o tamanho das questões da ESAF? Verdadeiros textos! Quem tem dificuldade de leitura sofre imensamente com isso! Quando termina de ler o enunciado, não se lembra mais do que leu no início...
Tenho um pedido seriíssimo a lhes fazer.
É pra pagar os R$ 9,99, professor?
Não, é outra coisa! Tão importante quanto!
O meu pedido é este: deixem a novela de lado. Abandonem esse mal. Façam isso por vocês! Não é só droga que mata. Alzheimer também!
Quem é esse cara, professor?
Estão vendo? Já está começando, e vocês nem perceberam...
Só há duas revoluções em que eu acredito: a revolução do amor e a revolução dos livros!
Vamos amar bastante, meus amigos!
E vamos começar a ler um pouquinho mais!
Um forte abraço a todos!
E fiquem com Deus!
Sérgio.
olaamigos@gmail.com
Sérgio Carvalho
"O Prof. Sérgio Carvalho, 39 anos, é nascido em Fortaleza. Com formação em Engenharia, exerce o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e está no magistério há 21 anos.
Desde 1997, dedica-se a lecionar exclusivamente para concursos públicos, nas disciplinas de Estatística, Matemática Financeira e Raciocínio Lógico.
É autor das obras “Matemática Financeira Simplificada Para Concursos”, “Estatística Básica Simplificada” e “Raciocínio Lógico Simplificado – Volumes 1 e 2”, todas em parceria com o prof. Weber Campos, e todas lançadas pela Editora Campus/Elsevier.
Entre os mais aclamados professores do país, o professor Sérgio é reconhecido por milhares de alunos, que o acompanham em suas aulas presenciais, telepresenciais e via Internet! Visitem o seu site: www.olaamigos.com.br
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